quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CATARSE

Há aproximadamente um ano..

Estava na biblioteca procurando o cara do xérox. Finalmente tinha conseguido encontrar a edição daquela revista 2005 e precisava de uma cópia. Após uma hora, o moço chegou. Subi as escadas com as folhas monocromáticas na mão, sentei na grama. O sol estava quente. Segurei as pontas das folhas com o dedo para elas não saírem da ordem.

O sol estava quente. Não gosto do tempo quente, mas naquele momento o sol parecia amenizar o frio que sentia na barriga. Coloquei a jaqueta. Arregacei as mangas para que elas não enganchassem no papel. Coloquei os óculos escuros, eles suavizavam a luz que refletia nos espaços brancos da folha e me fazia olhar através de lentes as paginas que tinha medo de encarrar. Olhei a foto inicial da reportagem. Respirei fundo. Enquanto meus olhos decifravam aquelas palavras, dava curtos sorrisos de desabafo. Eles se dissolviam ou se repetiam a cada página. Minhas mãos tremiam. Li a última palavra, descansei as folhas xerocadas ao lado. Minha respiração ainda estava acelerada, apoiei os cotovelos no joelho e olhei para a cidade. Minha respiração ficava mais calma.