domingo, 23 de maio de 2010

UM CHARUTO PODE SER APENAS UM CHARUTO MAS UM CAFÉ NÃO É APENAS UM CAFÉ

Uma das coisas que mais gostei quando fui à Buenos Aires, foi a comodidade que se tinha em cafeterias e bares. Lá os garçons servem com calma, o cliente pode ficar sentado por horas lendo, estudando ou conversando com os amigos.
Isto é uma coisa rara de se ver aqui em São Paulo. Quando você come ou toma um café logo levanta, não é só influência da cultura fast food , aqui tem pouca oferta de cafés para a procura, principalmente no coffee break. Aqui é assim ou você levanta por educação para as pessoas que aguardam em pé, ou você é expulso do estabelecimento.
Ontem a noite eu estava sentada no café, onde habitualmente estudo antes de ir para aula. O dono fez questão de pedir que eu me retira-se pois não é mais permitido estudar no local. Eu acho compreensível não permitir que uma pessoa estude no estabelecimento, se ela não estiver consumindo nada ou estiver ocupando lugar enquanto outra pessoa deseja sentar. Acontece que eu não me encaixava em nenhuma destas situações, sempre consumi coisas lá durante os estudos, e também nunca ocupo mesa quando o café esta cheio. OK politica nova da cafeteria, mas para mim o grande diferencial de lá era poder estudar num lugar tranquilo, enquanto saboreava um café e comia alguma coisa, ou ler algum livro quando já tinha terminado de estudar. Engraçado esses dias quando encontrei um amigo meu, ele disse que sentia saudades deste café, porque representava para ele um lugar onde ele podia relaxar de um dia estressante, agora somos dois.
Não irei mais a este café, afinal eu não frequentava lá só para saborear o café mas também para saborear o ambiente. Agora terei que encontrar um outro café em que eu possa estudar. Queria que as pessoas entendessem que um café não é só um café, e que não tem nada melhor do que saborear um café, após um dia cansativo, enquanto lê um livro.

2 comentários:

  1. Realmente, não deixa de ser controverso esse tipo de proibição em um estabelecimento cuja renda provém quase que inteiramente dos alunos do Etapa. Tenho boas lembranças daquele local, é uma pena saber que os donos tomaram esse tipo de postura, mas creio que logo voltarão atrás, pois certamente sua renda cairá substancialmente.
    Quanto aos cafés de São Paulo, entretanto, sou obrigado a discordar. Não conheço Buenos Aires, muito menos sei como funcionam suas cafeterias, mas acredito que a capital paulista é extremamente privilegiada em tudo relacionado à gastronomia. Temos uma extensa variedade de cafés, mesmo comparados a metrópoles de primeira grandeza, como Nova Iorque ou Paris. Com a infeliz exceção do estabelecimento ao lado do Etapa, a maioria deles permite seus clientes lerem ou estudarem ao consumir seus produtos, disponibilizando, muitas vezes, até o serviço de internet wi-fi. Talvez falte ao paulistano o prazer e a calma dos argentinos ao saborear um bom café, mas isso nada tem a ver com nossas cafeterias, e sim quanto ao tipo de vida que a metrópole nos obriga a viver.
    Espero ler mais textos no seu blog... ;]!
    Bj.

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